Noopolítica do consumo: Algumas pistas em Deleuze, Guattari e Lazzarato / Noopolitics of consumption: Contributions from Deleuze, Guattari and Lazzarato
DOI:
https://doi.org/10.34117/bjdv7n12-578Keywords:
Psicossociologia, Noopolítica do consumo, Pensamento, Controle, Capitalismo Mundial IntegradoAbstract
Articulando ideias de Gilles Deleuze, Félix Guattari e Maurizio Lazzarato, este ensaio teórico procura contribuir com os debates acerca dos mecanismos de controle inerentes ao capitalismo contemporâneo, que ultrapassam o mero confinamento e a disciplina dos corpos e avançam para a gestão da vida por meio da biopolítica, até, finalmente, direcionar a produção de subjetividades pela noopolítica, que opera sobre a regulação da memória, a ingerência sobre o pensamento e a (im)potência criativa. Essas transformações dos mecanismos de controle, associadas ao deslocamento do consumo para o centro da dinâmica capitalista, como modo de produção e criação de subjetividades, demandam analisar mais profundamente a noopolítica, associada ao consumo. Assim, ao relacionar tanto formulações macropolíticas, como o Capitalismo Mundial Integrado de Guattari e o Capitalismo Rizomático de Deleuze, com a dimensão dos desejos e das subjetividades, a construção teórica propõe a compreensão de uma noção de noopolítica do consumo pelo diálogo entre a Filosofia e a Psicossociologia, relacionando as concepções e narrativas destes campos de estudo, estimando o papel do consumo na constituição do capitalismo atual, a partir da formação da imagem do pensamento contemporâneo, individual e coletiva, direcionada ao fantasma da falta, à insatisfação contínua e, ao consumo incessante e à produção de subjetividades.
References
AGAMBEN, Giorgio; HARVEY, David et al (2020). Sopa de Wuhan – Pensamiento Contemporáneo em Tiempos de Pandemias. Buenos Aires: ASPO Pablo Amadeo, 188.p
ALLIEZ, Éric; LAZZARATO, Maurizio. Guerras e Capital. São Paulo. Ubu Editora, 2021.
ALMEIDA, Eliane M; TAVARES, Frederico et al (2020). Pensando o Marketing Ambiental por meio de Cartografias Psicossociais: ecosofia, rizoma e agenciamentos de enunciação. Curitiba: Brazilian Journal of Development, v. 6 – n. 7, p. 53446 – 53458.
CARRARA, Sérgio (1996). Tributo a Vênus: a luta contra a Sífilis no Brasil, da passagem do século aos anos 40. Rio de Janeiro: Fiocruz.
CASADORE, Marcos M. (2013) Psicossociologia e intervenção psicossociológica: alguns aspectos da pesquisa e da prática. In: EMIDIO, Thassia Souza e HASHIMOTO, Francisco. (Org.). Psicologia e seus campos de atuação: demandas contemporâneas. 1ed. São Paulo: Cultura Acadêmica (Unesp), v. 1, p. 163-182.
DELEUZE, Gilles. (1992) O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Editora 34.
_______________. Post-scriptum sobre as sociedades de controle. In:__________. Conversações. Editora 34, 1992.
_______________. (2002) Espinoza: Filosofia Prática. São Paulo: Escuta, 144p.
_______________. (2018) Diferença e Repetição. São Paulo: Paz e Terra, 420 p
_______________. (2010) O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Ed. 34, 560 p. (Coleção TRANS)
___________. GUATTARI, F. (1995) Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Ana Lúcia Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. São Paulo: Ed. 34, Vol. 2.
FEDERICI, Silvia (2017). Calibã e a bruxa. Mulheres, corpo e acumulação primitiva. Trad. de Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante.
FOUCAULT, Michel. (1979). Microfísica do Poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal.
GUATTARI, Félix (1097). Revolução Molecular: Pulsações Políticas do Desejo. São Paulo Brasiliense.
________________ (1995). Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Ana Lúcia Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. São Paulo: Ed. 34, Vol. 2, p. 211.
______________; ROLNIK, S. (1999) Micropolítica: Cartografias do Desejo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
HUR, Domenico U. (2013) Da biopolítica à noopolítica: contribuições de Deleuze. Lugar Comum (UFRJ), v. 40, p. 201-215, 2013.
LAZZARATO, Maurizio. (2006). A Política no Império - As revoluções do capitalismo. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 217 p..
____________________ (2011). O Governo das Desigualdades: Crítica da insegurança neoliberal. São Paulo. EdUFSCar.
MBEMBE, Achille (2016). Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo, SP: n-1 edições, p.125.
NASCIUTTI, Jacyara CR. (1996). Reflexões sobre o espaço da psicossociologia. Documenta Eicos, n.7.
PELBART, Peter P. (2003) Vida capital: ensaios de biopolítica. São Paulo: Iluminuras.
PONTES, F. e TAVARES, F. (2015) Kits de subjetividade e antropofagia: algumas considerações sobre o consumo e a publicidade na sociedade de controle. XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste, Natal.
ROLNIK, Suely (1998). Subjetividade Antropofágica. Disponível em: http://www4.pucsp.br/nucleodesubjetividade/Textos/SUELY/Subjantropof.pdf.
SILVA, Nilza (1998). Subjetividade. In: STREY, Marlene N. et al. Psicologia Social Contemporânea. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
TAVARES, Frederico. (2020). Ecopoder, Capitalismo Rizomático e a noopolítica do consumo [arquivo em vídeo]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8iblDt_esYk e https://www.youtube.com/watch?v=W9WDgJ7X568
__________________ ; IRVING, Marta de Azevedo (2009). Natureza S/A? O consumo verde na lógica do Ecopoder. 1. ed. RIMA, v. 1. 272p
_________________ ; SILVA, Analice A. (2017). The “Green Consumption” and the Rhizomatic Capital Strategy: Ads and Reports in the Brazilian Media. Advances in Applied Sociology vol.07 nº.02. Disponível em:
https://www.scirp.org/html/1-2290353_74086.htm?pagespeed=noscript