A sala de aula invertida como prática integradora: possibilidades e implicações / Inverted classroom as an integrative practice: possibilities and implications

Authors

  • Fábio Alexandre Araújo dos Santos
  • João Hermínio Bandeira Filho
  • Laerte Santos Moura
  • Leoton de Medeiros Barbosa

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv5n8-134

Keywords:

Sala de aula invertida. Abordagem pedagógica. Formação humana integral.

Abstract

Este artigo de cunho científico tem como temática a abordagem pedagógica (sala de aula invertida – conhecida como flipped classroom, um método de ensino através do qual a lógica da organização da sala de aula é de fato invertida por completo).  O espaço de sala de aula passa a ser reservado a atividades práticas destinadas à aplicação dos conceitos. Esta discussão teve sua origem na Disciplina de Práticas Educativas em EPT do Mestrado Profissional em Educação Profissional Tecnológica - ProfEPT, campus Mossoró. O presente artigo tem como objetivo fazer uma interlocução entre a abordagem metodológica sala de aula invertida, estruturada nos seus quatro pilares fundamentais conhecidos como “F-L-I-P”: Flexible Environment (Ambiente Flexível); Learning Culture (Cultura de Aprendizagem); Intencional Content (Conteúdo Dirigido) e Professional Educator (Educador Profissional) (BERGMANN; SAMS, 2016) e os eixos estruturantes que orienta a formação humana integral, sendo estes: trabalho, ciência, tecnologia e cultura; (Moura; Silva; Filho (2015); mediante revisão da literatura de autores das distintas concepções de ensino, entre os quais, Bergmann (2016), Moran (2015), Valente (2014), Moura; Frigotto (2015), Ramos (2015), dentre outros. Para que a aprendizagem invertida ocorra, os professores deverão incorporar quatro pilares fundamentais. A sala de aula invertida fundamentada nestes quatro pilares visa a promoção da autonomia do aluno mediante a flexibilização do ambiente, colocando a instrução centrada no aluno, enquanto o professor determina o que deve ensinar, os materiais, avaliando e controlando o processo em sala de aula. As habilidades socioemocionais, que compreende a autonomia, a colaboração e a criatividade, são advogadas pela Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), consideradas essenciais para a obtenção de sucesso no mercado de trabalho. Outros autores compreendem o homem como ser histórico-social, que produz conhecimento como síntese da transformação da natureza e de si mesmo. Embora as habilidades socioemocionais defendidas pela OCDE vise à qualificação para o trabalho, é na relação do homem com a natureza e nas relações no processo produtivo que o homem se reconhece como ser histórico-social. As interações e as atividades significativas face a face promovidas pelo professor são as mais importantes na inversão da sala de aula, característica marcante do pilar Profissional Educador, Bergmann e Sams (2016), da mesma forma que uma prática pedagógica integradora requer, do docente, uma atitude também integradora em sua didática, Frigotto; Araújo (2015). A inversão não trata apenas da substituição do professor por materiais extraclasse como vídeos, de modo que o pilar Conteúdo Dirigido abrange a definição de quais conteúdos os alunos devem acessar por contra própria. Assim no momento da promoção em sala do debate entre os alunos sobre o conteúdo estudado, o professor tem papel crucial para a criação conexões entre este conteúdo e a realidade onde os alunos estão inseridos, tornando os alunos agentes de seu aprendizado, como preconiza a didática integradora. Portanto, a abordagem de sala de aula invertida permite fazer uma interlocução com a proposição de formação humana. Omnilateral e unitária defendida por Marx e Gramsci, já que a sala de aula invertida permite a combinação com metodologias ativas de aprendizagem.

 

 

References

ARAÚJO, R. M. L; FRIGOTTO, G. Práticas pedagógicas e ensino integrado. Revista Educação em Questão, Natal, v. 52, n. 38, p. 61-80, maio/ago. 2015. Disponível em: < https://periodicos.ufrn.br/educacaoemquestao/article/download/7956/5723/> Acesso em: 21/04/2019.

BACICH, Lilian. Ensino híbrido: Relato de formação e prática docente para a personalização e o uso integrado das tecnologias digitais na educação. SIMEDUC, 2016. Disponível em: <https://eventos.set.edu.br/index.php/simeduc/article/view/3323/1251>. Acesso em 05 abr. 2019.

________, Lilian; Moran, José. Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora: Uma Abordagem Teórico-Prática. Penso, 2018.

MORAN, José. Metodologias Ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: Bacich, Lilian; Moran, José. Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora: Uma Abordagem Teórico-Prática. Penso, 2018.

BEBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011

CIAVATA, M. O ensino integrado, a politecnia e a educação omnilateral. por que lutamos? Trabalho & Educação | Belo Horizonte | v.23 | n.1 | p. 187-205 | jan-abr | 2014. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/9303. Acesso em: 24/04/2019.

FRAGELLI, Ricardo. Método trezentos: Aprendizagem ativa e colaborativa, para além do conteúdo - Porto Alegre: Penso, 2019.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17ª. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M.; RAMOS, M. A gênese do Decreto n. 5.154/2004: um debate no contexto controverso da democracia restrita. In: FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M.; RAMOS, M. (Org.) Ensino médio integrado: concepções e contradições. São Paulo: Cortez, 2005. p. 21-56. Disponível em: <http://forumeja.org.br/pf/sites/forumeja.org.br.pf/files/CIAVATTAFRIGOTTORAMOS.pdf>Acesso em: 21/04/2019.

MOORE, Matthew. Pequenos ajustes de ambiente podem fazer uma grande diferença nas impressões dos alunos. Disponível em: <https://flippedlearning.org/academic_subject/math/90-and-18-inches-small-environment-adjustments-can-make-a-big-difference-in-student-impressions/.> Acesso em: 07 abr. 2019.

RODRIGUES, C. E. S. L. HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS: A OCDE E SEU PROJETO DE GOVERNANÇA EDUCACIONAL GLOBAL. 37ª Reunião Nacional da ANPEd – 04 a 08 de outubro de 2015, UFSC – Florianópolis.

RIBEIRO, R. L. R. Aprendizagem baseada em problemas (PBL): uma experiência no ensino superior. SciELO - EdUFSCar. Edição do Kindle. 2008. Disponível em: http://www.edufscar.com.br/aprendizagem-baseada-em-problemas-pbl-uma-experiencia-no-ensino-superior. Acesso em: 24/04/2019.

SAVIANI, D. Escola e Democracia. 36ª ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2003.

SAVIANI, D. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação v. 12 n. 34 jan./abr. 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v12n34/a12v1234. Acesso em: 24/04/2019.

YOSHIZAWAL, E.; PACHECO, C.; CAMAS, N. P. V. SALA DE AULA INVERTIDA (FLIPPED CLASSROOM) - DESAFIOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA AS DEMANDAS POSSIBILITADAS PELAS TIC. XI Congresso Nacional e Educação – EDUCERE, 2013. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25448_12587.pdf. Acesso em: 21/04/2019.

Published

2019-08-30

How to Cite

Santos, F. A. A. dos, Filho, J. H. B., Moura, L. S., & Barbosa, L. de M. (2019). A sala de aula invertida como prática integradora: possibilidades e implicações / Inverted classroom as an integrative practice: possibilities and implications. Brazilian Journal of Development, 5(8), 13256–13271. https://doi.org/10.34117/bjdv5n8-134

Issue

Section

Original Papers