Encantos e desafios da docência: os sentimentos de professores de matemática do ensino superior / Charms and challenges of teaching: the feelings of higher education mathematics teachers

Authors

  • Luana Maria Santos da Silva Ayres
  • Tanise Paula Novello
  • Fabrine Diniz Pereira
  • Thaís Philipsen Grützmann

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv6n8-641

Keywords:

Ensino Superior, Professor de Matemática, Satisfação profissional

Abstract

Um dos fatores que mais influencia no bem-estar das pessoas é a satisfação profissional, e no trabalho docente não é diferente, ou seja, o professor que está satisfeito com sua escolha e prática profissional tem mais chances de desenvolver o bem-estar, que é evidenciado na prática pela dedicação, contentamento e felicidade que expressa no exercício da docência. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo compreender os sentimentos, em relação à docência, de professores de matemática do ensino superior de instituições públicas. Para tanto, realizou-se uma pesquisa em que a produção de registros aconteceu por meio de um questionário online, com 16 professores de matemática de universidades públicas. O questionário versava sobre os sentimentos emergentes a partir da prática docente, organizado em três eixos: variavéis sociodemográfica e laborais; dez questões fechadas; e uma questão aberta. Como metodologia de análise utilizou-se a Estatística Descritiva nas questões fechadas e na questão aberta a Análise Textual Discursiva (ATD) a partir de Moraes e Galiazzi. Pela análise constatou-se que os professores têm idades que variam de 26 a 65 anos; 81% são mulheres; mais de 50% são casados; 75% têm jornada de trabalho de 40 horas semanais; o tempo de docência varia de três a 35 anos e todos possuem pós-graduação. Em relação às questões fechadas percebeu-se que os professores estão satisfeitos com sua escolha e prática profissional, o relacionamento com os alunos é definido como tranquilo e com seus pares, harmonioso. Embora, não seja a totalidade, a maioria dos professores acredita que as instituições oferecem infraestrutura satisfatórias, que o salário é compatível, e que dispõe do tempo necessário para descansar e ficar com a família, que não têm uma demanda excessiva de trabalho e que os planejamentos que tem realizado para as aulas estão bons, a maior insatisfação é em relação à valorização da profissão. Da questão aberta, analisada pela ATD, surgiram duas categotias: Encantos da docência e Desafios da docência. Na primeira categoria os professores relataram que, embora a docência seja uma profissão com muitos desafios, ela é encantadora. Já a segunda categoria o discurso suscita um alerta aos jovens sobre os desafios e dificuldades pela escolha da carreira docente, pois atualmente é muito desvalorizada socialmente. Logo, percebeu-se que seguir a carreira docente não é uma tarefa fácil, mas que a satifação pela escolha é determinante para se constituir um profissional feliz.

 

References

ALVES, F. C. A (in)satisfação dos professores. In: Estrela MT, organizador. Viver e construir a profissão docente. Porto: Porto Editora; 1997. p. 81-116.

ALVES, N. N. L. “Amor à profissão, dedicação e o resto se aprende”: significados da docência em educação infantil na ambiguidade entre a vocação e a profissionalização. In: 29ª Reunião Anual da ANPED, 2016, Rio de Janeiro. p. 1 - 17. Disponível em: http://www.anped.org.br/sites/default/files/gt07-2570.pdf. Acesso em: 07 jun. 2018.

BARREIROS, J. L. Fatores que influenciam na motivação de professores. 2008. 105 f. TCC (Graduação) - Curso de Psicologia, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2008. Disponível em: http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/2581/2/20312042.pdf23. Acesso em: 23 jun. 2017.

CARDOSO, C. G. L. V.; COSTA, N. M. S. C. Fatores de satisfação e insatisfação profissional de docentes de nutrição. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 21, n. 8, p.2357-2364, 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v21n8/1413-8123-csc-21-08-2357.pdf. Acesso em: 01 dez. 2017.

CORREA, S. M. B. B. Probabilidade e Estatística. 2. ed. Belo Horizonte: PUC Minas Virtual, 2003. 116 p. Disponível em: http://estpoli.pbworks.com/f/livro_probabilidade_estatistica_2a_ed.pdf. Acesso em: 19 nov. 2017.

DAMÁSIO, A. R. O erro de Descartes: Emoção, Razão e o Cérebro Humano. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 259 p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

FRESCHI, E. M.; FRESCHI, M. Relações interpessoais: a construção do espaço artesanal no ambiente escolar. Revista de Educação do Ideau, v. 8, n. 18, jul-dez. 2013. Semestral. Disponível em: http://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/20_1.pdf. Acesso em: 28 abr. 2017.

GATTI, B. A. A formação inicial de professores para a educação básica: as licenciaturas. Revista USP, São Paulo, n. 100, p.33-46, Dez./Jan./Fev. 2013. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/viewFile/76164/79909. Acesso em: 15 maio 2018.

GATTI, B. A. Análise das políticas públicas para formação continuada no Brasil, na última década. Revista Brasileira de Educação, v. 13, n. 37, p.57-70, jan./abr. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n37/06.pdf. Acesso em: 09 set. 2018.

GATTI, B. A. Formação de professores e carreira: problemas e movimentos de renovação. Campinas, SP: Autores Associados, 1997. 135 p.

GUIMARÃES, P. R. B. Métodos Quantitativos Estatísticos. Curitiba: Iesde Brasil S.a, 2008. 245 p. Disponível em:

http://www.inf.ufsc.br/~vera.carmo/LIVROS/LIVROS/Metodos%20Quantitativos%20%20Estatisticos%20Paulo%20Ricardo%20BittencourtGuimar%e3es.pdf. Acesso em: 09 set. 2018.

IDOETA, P. A. Como valorizar a carreira de professor no Brasil? BBC Brasil. São Paulo. 15 out. 2013. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/10/131015_valorizacao_professores_pai. Acesso em: 03 jul. 2017.

JESUS, S, N. Professor sem stress: realização profissional e bem-estar. 1. ed. Porto Alegre: Mediação, 2007.

JUSTINO, G. Cursos de licenciatura enfrentam queda na procura em todo o Brasil. GaúchaZH. 02 jul. 2015. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2015/07/cursos-de-licenciatura-enfrentam-queda-na-procura-em-todo-o-brasil-4793025.html. Acesso em: 03 jul. 2017.

LAROCCA, P.; GIRARDI, P. G. Trabalho, satisfação e motivação docente: um estudo exploratório com professores da educação básica. In: X Congresso Nacional de Educação (EDUCERE), 2011, Curitiba. p. 1932 - 1948. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5429_2605.pdf. Acesso em: 28 maio 2018.

LETTNIN, C. et al. Resiliência e educação: aportes teórico-práticos para a docência. Revista Contrapontos – Eletrônica, Itajaí, v. 14, n. 2, p.322-338, maio/ago. 2014. Disponível em: https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/4756/3270. Acesso em: 03 dez. 2017.

MICELI, M. Z. D. A importância da Formação Continuada de professores. 2017. Disponível em: http://educacao.estadao.com.br/blogs/blog-dos-colegios-santa-amalia/a-importancia-da-formacao-continuada-de-professores/. Acesso em: 28 maio 2018.

MORAES, R. Uma tempestade de Luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva. Ciência & Educação, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 191 – 211, 2003.

MORAES, R.; GALIAZZI, M. C. Análise textual discursiva. Ijuí: Editora Unijuí, 2007.

PIRES, C. M. C.; BERANGER, M. O fenômeno do mal-estar docente: o caso do “professor de matemática”. REVEMAT - Revista Eletrônica de Educação Matemática, Florianópolis, v. 4, n. 3, p.78-89, jan. 2009. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/revemat/article/download/1981-1322.2009v4n1p78/12162. Acesso em: 15 out. 2016.

POCINHO, M.; CAPELO, M. R. Vulnerabilidade ao stress, estratégias de coping e autoeficácia em professores portugueses. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 2, p.351-367, maio/ago. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ep/v35n2/a09v35n2.pdf. Acesso em: 11 jun. 2018.

RENNER, R. L.; MACHADO, L. H. da S. A Identidade do Professor. In. Brazilian Journal of Development, 2019. Disponível em <https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/5401/5011> Acesso em: 22 ago. 2020.

ROMÃO, J. E. Docente: um ser humano acima de tudo. Visão Global, v. 10, n. 1, p. 7-22, jan./jun. 2007.

SILVA, D. N. A desmotivação do professor em sala de aula, nas escolas públicas do município de São José dos Campos – SP. 52 f. Monografia (Especialização) - Curso de Gestão Pública Municipal, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2012. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1822/1/CT_GPM_II_2012_87.pdf. Acesso em: 23 jun. 2017.

TAKAHASHI, F. Carreira de professor atrai menos preparados. Folha de S. Paulo. São Paulo. 09 jun. 2008. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0906200801.htm. Acesso em: 03 jul. 2017.

VIEIRA, J. S. et al. Constituição das doenças da docência. Cadernos da Educação, Pelotas, p.303-324, set./dez. 2010. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/viewFile/1589/1475. Acesso em: 30 nov. 2017.

Published

2020-08-27

How to Cite

Ayres, L. M. S. da S., Novello, T. P., Pereira, F. D., & Grützmann, T. P. (2020). Encantos e desafios da docência: os sentimentos de professores de matemática do ensino superior / Charms and challenges of teaching: the feelings of higher education mathematics teachers. Brazilian Journal of Development, 6(8), 62817–62830. https://doi.org/10.34117/bjdv6n8-641

Issue

Section

Original Papers