Análise da evolução do desmatamento no estado do Acre, na bacia do rio Acre, em buffer e na sua APP, no período de 1997 a 2017 / Analysis of the evolution of deforestation in the state of Acre, in the Acre river basin, in buffer and in its APP, from 1997 to 2017

Autores

  • Luiz Augusto Mesquita de Azevedo Brazilian Journals Publicações de Periódicos, São José dos Pinhais, Paraná

DOI:

https://doi.org/10.34188/bjaerv4n3-026

Palavras-chave:

Amazônia, Áreas Públicas e Privadas, Florestas Ciliares, Vetor do Desmatamento.

Resumo

O objetivo deste artigo foi o de dimensionar a área desmatada até 2017 e a evolução do desmatamento nos últimos 20 anos (1997-2017), nos recortes espaciais do estado do Acre, bacia, buffer das florestas aluviais e APP do rio Acre e dentro dos recortes espaciais nas categorias territoriais de áreas públicas (Terras Indígenas, Unidades de Conservação e Projetos de Assentamento) e áreas privadas ou sem destinação. A bacia do rio Acre tem grande relevância socioeconômica e ambiental para o estado do Acre ao concentrar 66,6% de toda a população do estado, a ligação por via rodoviária com o Pacífico, a localização de 49 assentamentos para a pequena produção rural familiar e 36% do território em áreas protegidas. Os resultados das comparações entre os percentuais de áreas desmatadas e a evolução do desmatamento entre os recortes espaciais demonstraram que a APP e o buffer das florestas aluviais foram as de maior percentual de área desmatada, com 48% e 45%, respectivamente. A evolução do desmatamento dessas áreas próximas à margem do rio Acre também demonstra que este funcionou como um vetor do desmatamento. Os maiores responsáveis por esse padrão foram as áreas privadas ou sem destinação. As famílias dos pequenos produtores rurais, dos Projetos de Assentamento, tiveram um padrão de desmatar quanto mais distantes da margem, enquanto as populações tradicionais da Reserva Extrativista Chico Mendes e as populações indígenas da Terra Indígena Cabeceira do Rio Acre tiveram um padrão de desmatar quanto mais próximas à margem do rio. No caso das populações tradicionais com 47% da APP já desmatada, há indicação do processo de migração das comunidades do interior para a margem do rio. Apesar do grande passivo florestal a ser recuperado na APP, a tendência de desmatamento tem diminuído em todos os recortes espaciais e nas categorias territoriais das áreas privadas e sem destinação, nos projetos de assentamento e nas unidades de conservação.

Referências

ACRE. Zoneamento Ecológico-Econômico do Acre fase II escala 1:250.000. Rio Branco: SEMA-AC, 2006.

ACRE. Plano estadual de prevenção e controle dos desmatamentos do Acre. Rio Branco: SEMA-AC, 2010.

ACRE. Acre em números 2017. Disponível em: <http://www.ac.gov.br/wps/wcm/connect/4bb6ed00414180378291f31a15eb5101/acre-em-numeros-2017.>. Acesso em: 9 dez. 2017.

AHMED, S. E. et al. Temporal patterns of road network development in the Brazilian Amazon. Regional Environmental Change, v. 13, n. 5, p. 927–937, 2013.

ALVES, D. S. Space–time dynamics of deforestation in Brazilian Amazônia. International Journal of Remote Sensing, n. July 2012, p. 37–41, 2010.

ARIMA, E. Y. et al. Spontaneous Colonization and Forest Fragmentation in the Central Amazon Basin. Annals of the Association of American Geographers, v. 103, n. 6, p. 1485–1501, 2013.

BRASIL/MMA. PLANO DE AÇÃO PARA A PREVENÇÃO E CONTROLE DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA LEGAL 1a fase (2004-2008). Brasília: MMA, 2004.

BRASIL/MMA. PLANO DE AÇÃO PARA A PREVENÇÃO E O CONTROLE DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA LEGAL 2a fase (2009-2011). Brasil: MMA, 2011.

CAMPOS, M. T.; NEPSTAD, D. C. Smallholders, the Amazon’s new conservationists. Conservation Biology, v. 20, n. 5, p. 1553–1556, 2006.

D’ANTONA, Á. O.; VANWEY, L. K.; HAYASHI, C. M. Property size and land cover change in the Brazilian Amazon. Population and Environment, v. 27, n. 5–6, p. 373–396, 2006.

EWERS, R. M.; LAURANCE, W. F.; SOUZA, C. M. Temporal fluctuations in Amazonian deforestation rates. Environmental Conservation, v. 35, n. 4, p. 303–310, 2008.

FEARNSIDE, P. Deforestation in Brazilian Amazonia?: History , Rates and Consequences Deforestation in Brazilian Amazonia?: History , Rates and Consequences. Conservation Biology, v. 19, n. 3, p. 728–733, 2005.

GODOY, R. et al. The relation between forest clearance and household income among native Amazonians: Results from the Tsimane’ Amazonian panel study, Bolivia. Ecological Economics, v. 68, n. 6, p. 1864–1871, 2009.

GUJARATI, D. N.; PORTER, D. C. Econometria básica. 5 ed. ed. Porto Alegre: [s.n.].

LORENA, R. B.; LAMBIN, E. F. The spatial dynamics of deforestation and agent use in the Amazon. Applied Geography, v. 29, n. 2, p. 171–181, 2009.

MICHALSKI, F.; METZGER, J. P.; PERES, C. A. Rural property size drives patterns of upland and riparian forest retention in a tropical deforestation frontier. Global Environmental Change, v. 20, n. 4, p. 705–712, 2010.

NUNES, S. S. et al. A 22 year assessment of deforestation and restoration in riparian forests in the eastern Brazilian Amazon. Environmental Conservation, v. 42, n. 3, p. 193–203, 2015.

PEDLOWSKI, M. A. et al. Conservation units: A new deforestation frontier in the Amazonian state of Rondônia, Brazil. Environmental Conservation, v. 32, n. 2, p. 149–155, 2005.

SANTOS, J. C. DOS; BRAGA, M. J.; HOMMA, A. K. O. Determinantes de desmatamento em pólos de produção agropecuária no estado do Acre , Amazônia brasileira. XLVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Anais...Rio Branco: SOBER, 2008

SILVA, R. L. DA et al. Degradation impacts on riparian forests of the lower Mearim river, eastern periphery of Amazonia. Forest Ecology and Management, v. 402, p. 92–101, 2017.

SOARES-FILHO, B. S. et al. Modelling conservation in the Amazon basin. Nature, v. 440, n. 7083, p. 520–523, 2006.

TOCANTINS, L. A formação histórica do Acre. Rio de Janeiro: Editora Conquistas, 1961.

Downloads

Publicado

2021-07-19

Como Citar

de Azevedo, L. A. M. (2021). Análise da evolução do desmatamento no estado do Acre, na bacia do rio Acre, em buffer e na sua APP, no período de 1997 a 2017 / Analysis of the evolution of deforestation in the state of Acre, in the Acre river basin, in buffer and in its APP, from 1997 to 2017. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, 4(3), 3116–3133. https://doi.org/10.34188/bjaerv4n3-026

Edição

Seção

Artigos originais