Panorama Epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar no Estado de Mato Grosso: 2007 a 2019 / Epidemiological Panorama of Tegumentary Leishmaniasis in the State of Mato Grosso: 2007 to 2019

Authors

  • Carlos Eduardo Reis Silva
  • Fabiana Cristina Donofrio
  • Pâmela Alegranci

DOI:

https://doi.org/10.34117/bjdv7n11-210

Keywords:

Epidemiologia, Incidência, Leishmaniose cutânea, Mato Grosso.

Abstract

A Leishmaniose Tegumentar (LT) é uma doença negligenciada, cujos padrões epidemiológicos sofrem influência de fatores biológicos, climáticos e sociais. As regiões brasileiras norte e centro-oeste se destacam por apresentarem elevado número de casos da doença. Assim, o objetivo do presente estudo foi analisar o perfil epidemiológico dos casos notificados de LT no estado de Mato Grosso, Brasil.  Para isso, realizou-se um estudo epidemiológico descritivo e transversal referente ao período de 2007 a 2019 com dados secundários de casos de leishmaniose tegumentar obtidos do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). Foram obtidas variáveis sociodemográficas e clínicas, também foi calculada a taxa de incidência para cada ano e a incidência média para o período analisado. O projeto foi aprovado pelo CEP/UFMT/Sinop, parecer número 3.708.550. A análise dos trezes anos mostrou que foram notificados um total de 32.925 casos, com maior incidência no ano de 2009 e menor no ano de 2016, sendo que a incidência média para todo o período foi de 79,75/100.000 habitantes. A maior parte dos casos ocorreu em pessoas do sexo masculino (80,97%), raça parda (45,37%), na faixa etária de 20 a 39 anos de idade (42,56%) e escolaridade incompleta de 5ª a 8ª série do ensino fundamental (21,82%). Houve maior concentração de casos na zona urbana (53,03%), na estação de inverno (59,03%). Quanto à forma clínica, a maioria foi cutânea (93,12%), sendo o critério clínico-laboratorial (88,56%) o mais utilizado para a realização do diagnóstico. A cura ocorreu na maior parte das notificações (72,90%) e foram registrados 17 (0,05%) óbitos em todo período. Dentre as microrregiões do estado de Mato Grosso, a de Sinop (12,48%) e de Aripuanã (12.01%) concentraram a maior parte das notificações. Conclui-se que a LT no estado de Mato Grosso apresentou alta incidência no período analisado, acometendo principalmente homens em idade produtiva e moradores de região urbana, o que torna importante a execução de medidas de vigilância e prevenção a fim de reduzir o risco da doença.

References

ABRAAO, L.S.O. et al. Perfil epidemiológico dos casos de leishmaniose tegumentar americana no estado do Pará, Brasil, entre 2008 e 2017. Rev Pan-Amaz Saude, Ananindeua, v. 11, e202000612, 2020. doi.org/10.5123/s2176-6223202000612.

ALENCAR, B.F.P.; FIGUEIREDO, I. A. Epidemiological profile of American Cutaneous Leishmaniasis cases in the state of Maranhão from 2015 to 2017. Rev. Investig, Bioméd. São Luís, v. 10; n. 3, p. 243-250, 2018.

ALMEIDA J.V.; SOUZA C.F.; TEIXEIRA, I.O.; VALDIVIA, H.O.; BARTHOLOMEU, D.C.; BRAZIL, R.P. Parasitological and molecular diagnosis of cutaneous leishmaniasis among indigenous peoples in the state of Roraima, Brazil. Rev Soc Bras Med Trop, v., 53, e20200006, 2020. doi: 10.1590/0037-8682-0006-2020.

ALMEIDA, S.C.B.; SILVA, M.A.C.; CARDOSO, C.O.; SOUZA, O.F. Aspectos epidemiológicos da leishmaniose tegumentar americana no estado do Acre (2007-2015). SAJEBTT, Rio Branco, UFAC v.6, n.1, p. 38-47, 2019. ISSN: 2446-4821.

BRASIL. Boletins-epidemiológicos Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia de vigilância em saúde, [Internet], v. 3, n. 1, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância, prevenção e controle de zoonoses: normas técnicas e operacionais [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2016, 121 p.

COLAÇA, B.A. Perfil Epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar Americana nos anos de 2013 a 2017 na cidade de Altamira, sudoeste do Pará, Brasil. Para Res Med J. v. 2, n. 1-4, p. e04, 2019. doi.0.4322/prmj.2018.004.

DA SILVA SOUSA JÚNIOR A.; GONÇALVES N.V.; DO SOCORRO CARVALHO MIRANDA C.; DE OLIVEIRA SANTOS B.; DE OLIVEIRA R.A.C.; DA COSTA R.J.F.; DA TRINDADE NOGUCHI S.K.; DE SOUSA OLIVEIRA J.S.; MATSUMURA E.S.S.; DA CUNHA MENEZES PALÁCIOS V.R. Distribuição espacial da leishmaniose tegumentar e fatores de risco epidemiológicos e ambientais em Cametá, estado do Pará, Brasil. Braz J Infect Dis. v. 24, n.4, p. 330-336, 2020. doi: 10.1016 / j.bjid.2020.06.008.

DELAMORA, M.C.; GARCIA, G.P.P. Análise epidemiológica de casos humanos de leishmaniose tegumentar americana: Minas Gerais, Brasil, 2010 a 2017. Sustentare. v. 4, n. 1, p. 22-35, 2020. ISSN: 2526-690X.

FERREIRA, C.G.X.; OLIVEIRA, M. D.; SUGUIMOTO, F.; SOUZA, R. F.; MACHADO, A.M.; MACHADO, A.R.S.R. Retrospective evaluation of American Tegumentary Leishmaniosis confirmed cases in Três Lagoas - MS in the period 2007 to 2019. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.2, p. 13535-13550, 2021. DOI:10.34117/bjdv7n2-121.

GRANGEIRO JÚNIOR C.R.P; PIMENTEL J.V.C; TEIXEIRA JÚNIOR A.G.; JESUS A.F.; GALVÃO T.C.F.; SOUZA L.A.A; GADELHA M.D.S.V.; DAMASCENO K.S.; ROLIM NETO M.L.; LIMA M.A.P.; NASCIMENTO V.B.D.; SILVA C.G.L.D. American cutaneous leishmaniasis in a northeast Brazilian city: clinical and epidemiological features. Rev Soc Bras Med Trop., v. 51, n. 6, p. 837-842. 2018 doi: 10.1590/0037-8682-0504-2017. PMID: 30517540.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama Mato Grosso. 2021. Brasil. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mt/panorama. Acesso em: outubro 2021.

IGBE/EDUCA. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Conheça o Brasil-população: cor ou raça. 2020. Disponível em: < https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18219-cor-ou-raca.html >. Acesso em 10/07/202.

JUNIOR G.S.O.; JÚNIOR V.L.; BORGES B.F.M.; ROSA R.T.S.; COSTA N.F. Indicadores epidemiológicos da leishmaniose tegumentar americana no estado do Tocantins no período de 2001 a 2018. Revista de Patologia do Tocantins, v. 8, n. 1, p. 42-47, 2021. DOI: 10.20873/uft.2446-6492.2021v8n1p42.

JUNIOR, E.C.F.; SILVA, A. F.; OLIVEIRA, A. N.; MARQUES, M. H. V. P.; PEREIRA, J.V. Leishmaniose tegumentar americana: perfil epidemiológico dos casos notificados no Brasil entre os anos de 2009 a 2018 e considerações sobre os aspectos e manifestações de importância odontológica. Research, Society and Development, v. 9, n. 9, e872997950, 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7950.

LACERDA A.F.A; OLIVERIA D.S; SALOMÃO J.V.F; OLIVEIRA L.G.R; MONTE-ALEGRE A.; SANTOS J.Y.G.D.; SOUZA C.C.; MAGALHÃES-JUNIOR J.T.; ARAÚJO-SANTOS E.T. Clinical, epidemiological and transmission cycle aspects of leishmaniasis urbanization in Barreiras, Bahia, Brazil. Spat Spatiotemporal Epidemiol, v. 36, p. 100395, 2021. doi: 10.1016/j.sste.2020.100395.

LIMA JÚNIOR F.E.F. et al. Leishmaniose tegumentar. Bol Epidemiol [Internet]. 2019; 50(n.esp.):40-41. (Número especial: Vigilância em Saúde no Brasil 2003|2009: da criação da Secretaria de Vigilância em Saúde aos dias atuais). Disponível em: http://www.saude.gov.br/.

LIMA, Edson Borges de et al. Tratamento da Leishmaniose Tegumentar Americana. Um. Bras. Dermatol, Rio de Janeiro, v. 82, n. 2, p. 111-124, 2007. https://doi.org/10.1590/S0365-05962007000200002 .

MELO M.G.N.; MORAIS R.C.S; GOES T.C.; SILVA R.P.E.; MORAIS R.F.; GUERRA J.A.O.; BRITO M.E.F.; BRANDÃO FILHO S.P.; CAVALCANTI M.P. Perfil clínico e epidemiológico de pacientes com leishmaniose tegumentar americana dos estados de Pernambuco e Amazonas, Brasil. Rev Soc Bras Med Trop, v. 53, e20200083, 2020. doi: 10.1590 / 0037-8682-0083-2020.

NOBRES, E.S.; SOUZA, L.A.; RODRIGUES, D.J. Incidência de leishmaniose tegumentar americana no norte de Mato Grosso entre 2001 e 2008. Vol. Acta Amazonica, v. 43, n.3, p. 297-304, 2013.

OPAS. Pan American Health Organization. Leishmaniasis. Epidemiological report of the Americas. Washington: PAHO; 2019 Mar. Leishmaniasis report. (7). 9.

PACHIEGA, J.; SILVA, G.M.S.; COSTA, R. M.; LONGHI, F. G.; ESPINOSA, A. S. Z.; DOMÍNGUEZ, O. A. E. Incidência da Leishmaniose Tegumentar Americana no Centro-Sul de Mato Grosso, Brasil entre 2000 a 2019. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v.11, n.4, p.126-135, 2020. DOI: http://doi.org/10.6008/CBPC2179- 6858.2020.004.0011.

PEZENDE, L.G.; BENEDETTI, M.S.G. Epidemiological profile of American cutaneous Leishmaniasis in the State of Roraima, Amazonia, Brazil, between 2007 and 2016. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 3, p. 1734-1742, 2019. ISSN 2595-6825.

REIMÃO J.Q.; COSER E.M.; LEE M.R.; COELHO A.C. Diagnóstico Laboratorial de Leishmaniose Cutânea e Visceral: Métodos Atuais e Futuros. Microorganismos. v. 8, n. 11, p. 1632, 2020. doi: 10.3390 / microorganismos8111632.

ROCHA, T.J.M.; BARBOSA, A.C.A.; SANTANA, S.P.C.; CALHEIROS, C.M. L. Epidemiological aspects of confirmed human cases of cutaneous leishmaniasis in Alagoas State, Brazil. Rev Pan-Amaz Saude, v. 6, n. 4, p. 49-54, 2015.

SARAIVA, L.; LEITE, C. G.; LIMA, A. C.; CARVALHO, L. O.; PEREIRA, A. A.; RUGANI, J. M.; REGO, F. D.; GONTIJO, C. M.; ANDRADE FILHO, J. D. Seasonality of sand flies (Diptera: Psychodidae) and Leishmania DNA detection in vector species in an area with endemic visceral leishmaniasis. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.112, n.4, p.309-18, 2017.

VASCONCELOS, P.P.; ARAUJO, N.J.; ROCHA, F.J.S. Occurrence and sociodemographic behavior of American cutaneous leishmaniasis in Vicência, Pernambuco, in the period from 2007 to 2014. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 38, n. 1, p. 105-114, 2017.

Published

2021-11-13

How to Cite

Silva, C. E. R., Donofrio, F. C., & Alegranci, P. (2021). Panorama Epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar no Estado de Mato Grosso: 2007 a 2019 / Epidemiological Panorama of Tegumentary Leishmaniasis in the State of Mato Grosso: 2007 to 2019. Brazilian Journal of Development, 7(11), 104771–104783. https://doi.org/10.34117/bjdv7n11-210

Issue

Section

Original Papers