Análise parasitológica do solo da Praia Grande, ilha de Caratateua (Distrito de Outeiro), Belém, Pará, Brasil

Abstract

As praias são locais atrativos para a realização de atividades de turismo e lazer, porém, também colaboram com a propagação de doenças, entre elas as enteroparasitoses. No cenário brasileiro, essas doenças compactuam com as desigualdades do acesso ao saneamento básico e às políticas educacionais de respeito ambiental, permitindo com que os indivíduos possam se expor a infecções. O presente estudo buscou identificar a presença de estruturas parasitárias na areia de uma praia pública localizada na ilha de Caratateua (Distrito de Outeiro) em Belém-PA. Foram analisadas 12 amostras superficiais de areia, com 3 lâminas produzidas a partir de cada amostra processada pelos métodos de Hoffman e Faust adaptados. As metodologias envolveram, respectivamente, a dissolução das amostras em 150 ml de solução salina a 0,9%, os cálices com gazes ficaram descansando por 24 horas e o sedimento formado foi pipetado em uma lâmina com lugol para a leitura por microscopia óptica. Logo após essa etapa, buscando a identificação de parasitos pelo método de Faust, utilizou-se os sedimentos do método de Hoffman que foram adicionados a um tubo Falcon com solução salina a 0,9% e centrifugados três vezes a 2.500 R.P.M. por 3 minutos, desprezou-se o sobrenadante e, por fim, foi adicionado Sulfato de Zinco a 33,3% e centrifugado novamente para posteriormente serem feitas as confecções e leituras das lâminas. Das 72 lâminas (36 por método) foi possível identificar em 13 lâminas algumas estruturas parasitárias, sendo 4 na parte seca da faixa de areia, entre elas cistos de Entamoeba spp. (1) e larvas Nematóides (3), enquanto nos pontos intermediários da praia houve 2, sendo cistos de Entamoeba spp. (1) e ovos de Dipylidium spp. (1) e na região mais úmida 7, sendo cistos de Entamoeba spp. (3), Cistos de Giardia spp. (1), Ovos de Ancilostomídeo (1) e Larvas  de Nematóides (2). Os achados parasitológicos encontrados nas areias analisadas na praia Grande representam um risco em potencial para infecção da população circulante, principalmente os imunocomprometidos. Sendo assim, nota-se a necessidade de implementação de políticas de reparação ambiental e educação para mitigar a insalubridade e chances de infecções por enteroparasitas.