Perfil epidemiológico da mortalidade por tumor neuroendócrino do trato gastroenteropancreático em um estado do nordeste brasileiro entre 2012 e 2021
DOI:
https://doi.org/10.34119/bjhrv6n6-089Keywords:
carcinoma neuroendócrino, causas de morte, neoplasiasAbstract
INTRODUÇÃO: Os tumores neuroendócrinos são um grupo heterogêneo de neoplasias que surgem a partir de células neuroendócrinas distribuídas por todo o corpo. Embora sejam considerados tumores raros, sua incidência vem aumentando nas últimas décadas. Esses tumores podem se desenvolver em praticamente qualquer órgão do corpo, incluindo o trato gastroenteropancreático. Os estudos sobre sua incidência e prevalência na população são escassos, de forma que um melhor entendimento sobre as principais características associadas aos pacientes conhecidos pode suscitar maior atenção aos indivíduos acometidos pela doença. OBJETIVO: Avaliar o perfil epidemiológico da mortalidade por tumores neuroendócrinos do trato gastroenteropancreático para o estado de Alagoas, Brasil, entre os anos de 2012 e 2021. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e retrospectivo, baseado em dados secundários obtidos do Sistema de Informação de Mortalidade. Foram utilizados os dados referentes à mortalidade de indivíduos, registrado sob CID-10 “C26”. RESULTADOS: Os dados obtidos indicam que o perfil epidemiológico mais prevalente da doença inclui mulheres, de raça parda, sem qualquer escolaridade, e que vieram a óbito dentro do ambiente hospitalar. A faixa etária na qual ocorre maior mortalidade é de pacientes acima dos 60 anos, nas quais intensifica-se a mortalidade entre mulheres a partir dos 70 anos. Observou-se, adicionalmente, uma mortalidade maior entre homens casados e mulheres viúvas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados aqui obtidos podem direcionar maiores cuidados à população mais acometida, a fim de oferecer maior sobrevida e qualidade de vida a esses indivíduos.
References
BOSMAN, F. T.; CARNEIRO, F.; HRUBAN, R. H.; THEISE, N. D. World Health Organization (WHO) Classification of Tumours of the Digestive System. 4th ed. WHO Press; Geneva, Switzerland: 2010.
DIAS, L. V. P.; PAREJA, H. B. J.; SANNINO, C. P.; BERMUDES, F. T.; SAKAMOTO, M. N. G.; SABB, J.; NEVES, D. C. A.; ROSA, J. L. Relato de caso: Tumor neuroendócrino de apêndice cecal. Brazilian Journal of Health Review, v. 5, n. 5, p. 20574-20587, 2022.
FAN, J.-H.; ZHANG, Y-Q.; SHI, S-S.; CHEN, Y-J.; YUAN, X-H.; JIANG, L-M.; WANG, S-M.; MA, L.; HE, Y-T.; FENG, C-Y.; SUN, X-B.; LIU, Q.; DELOSO, K.; CHI, Y.; QIAO, Y-L. A nation-wide retrospective epidemiological study of gastroenteropancreatic neuroendocrine neoplasms in china. Oncotarget, v. 8, n. 42, p. 71699-71708, 2017.
FANG, J. M.; LI, J.; SHI, J. An update on the diagnosis of gastroenteropancreatic neuroendocrine neoplasms. World Journal of Gastroenterology, v. 28, n. 10, p. 1009-1023, 2022.
FRAENKEL, M.; FAGGIANO, A.; VALK, G. D. Epidemiology of Neuroendocrine Tumors. Frontiers of Hormone Research, v. 44, n. 1, p. 1-23, 2015.
GARCIA-CARBONERO, R.; SORBYE, H.; BAUDIN, E.; RAYMOND, E.; WIEDENMANN, B.; NIEDERLE, B.; SEDLACKOVA, E.; TOUMPANAKIS, C.; ANLAUF, M.; CWIKLA, J. B.; CAPLIN, M.; O`TOOLE, D.; PERREN, A. ENETS Consensus Guidelines for High-Grade Gastroenteropancreatic Neuroendocrine Tumors and Neuroendocrine Carcinomas. Neuroendocrinology, v. 103, n. 2, p. 186-194, 2016.
GOMES, M. M. F.; TURRA, C. M.; FIGOLI, M. G. B.; DUARTE, Y. A. O.; LEBRÃO, M. L. Associação entre mortalidade e estado marital: uma análise para idosos residentes no Município de São Paulo, Brasil, Estudo SABE, 2000 e 2006. Cadernos de Saúde Pública, v. 29, n. 3, p. 566-578, 2013.
GUO, L-J.; WANG, C-H.; TANG, C-W. Epidemiological features of gastroenteropancreatic neuroendocrine tumors in Chengdu city with a population of 14 million based on data from a single institution. Asia-Pacific Journal of Clinical Oncology, v. 12, n. 3, p. 284-288, 2016.
KOUSHIK, A.; REDDY, J. S. H.; GANESH, P.; SHANMUGANATHAN, S. Clinico-epidemiological Profile of Incidentally Detected Gastrointestinal Neuroendocrine Tumours on Gastrointestinal Endoscopy: A Retrospective Study. Journal of Clinical and Diagnostic Research, v. 17, n. 4, p. OC09-OC12, 2023.
KULKARNI, R. S.; ANAND, A. S.; PARIKH, S. K.; PANCHAL, H. P.; PATEL, A. A.; MEHTA, D. P.; PATEL, P. Clinical and epidemiological profile of neuroendocrine tumors: An experience from a regional cancer center from Western India. South Asian Journal of Cancer, v. 8, n. 3, p. 198-202, 2019.
MODLIN, I. M.; OBERG, K.; CHUNG, D. C.; JENSEN, R. T.; HERDER, W. W.; THAKKER, R. V.; CAPLIN, M.; FAVE, G. D.; KALTSAS, G. A.; KRENNING, E. P.; MOSS, S. F.; NILSSON, O.; RINDI, G.; SALAZAR, R.; RUSZNIEWSKI, P.; SUNDIN, A. Gastroenteropancreatic neuroendocrine tumours. The Lancet Oncology, v. 9, n. 1, p. 61-72, 2008.
ORONSKY, B.; MA, P. C.; MORGENSZTERN, D.; CARTER, C. A. Nothing But NET: A Review of Neuroendocrine Tumors and Carcinomas. Neoplasia, v. 19, n. 12, p. 991-1002, 2017.
PAVEL, M.; O`TOOLE, D.; COSTA, F.; CAPDEVILA, J.; GROSS, D.; KIANMANESH, R.; KRENNING, E.; KNIGGE, U.; SALAZAR, R.; PAPE, U-.F.; ÖBERG, K. ENETS Consensus Guidelines Update for the Management of Distant Metastatic Disease of Intestinal, Pancreatic, Bronchial Neuroendocrine Neoplasms (NEN) and NEN of Unknown Primary Site. Neuroendocrinology, v. 103, n. 2, p. 172-185, 2016.
ROCHA, C. T. M.; QUEIROGA, H. S.; COSTA, N. L.; DE MATOS, A. V. M.; ANDRADA, B. V.; DE ARAÚJO, R. P.; SILVA, P. H. de A.; DE OLIVEIRA, S. B. Tumor neuroendócrino de intestino delgado: relato de caso. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 5, p. 18779-18793, 2021.
ROMERO, D. E.; MUZY, J.; CASTANHEIRA, D.; MARQUES, A. P.; SOUZA, N. A. Mortalidade domiciliar de idosos no município do Rio de Janeiro durante a pandemia de Coronavírus, 2020. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 24, n. 1, e200316, 2021.
SANDVIK, O. M.; SOREIDE, K.; GUDLAUGSSON, E.; KVALOY, J. T.; SOREIDE, J. A. Epidemiology and classification of gastroenteropancreatic neuroendocrine neoplasms using current coding criteria. The British Journal of Surgery, v. 103, p. 226-232, 2016.
SILVEIRA, F.; BASILE, M. L.; KUGA, F. S.; PRÓSPERO, J. D.; PAES, R. A. P.; BERNARDI, F. D. C. Neuroendocrine tumors: An epidemiological study of 250 cases at a tertiary hospital. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 63, n. 10, p. 856-861, 2017.
WHITE, B. E.; ROUS, B.; CHANDRAKUMARAN, K.; WONG, K.; BOUVIER, C.; VAN HEMELRIJCK, M.; GEORGE, G.; RUSSELL, B.; SRIRAJASKANTHAN, R.; RAMAGE, J. K. Incidence and survival of neuroendocrine neoplasia in England 1995-2018: A retrospective, population-based study. The Lancet Regional Health – Europe, v. 23, 100510, 2022.
YAO, J. C.; HASSAN, M.; PHAN, A.; DAGOHOY, C.; LEARY, C.; MARES, J. E.; ABDALLA, E. K.; FLEMING, J. B.; VAUTHEY, J.-N.; RASHID, A.; EVANS, D. B. One hundred years after "carcinoid": epidemiology of and prognostic factors for neuroendocrine tumors in 35,825 cases in the United States. Journal of Clinical Oncology, v. 26, n. 18, p. 3063-3072, 2008.