Análise dos aspectos epidemiológicos da Esclerose Múltipla no Brasil durante o período de 2012 a 2022
DOI:
https://doi.org/10.34119/bjhrv6n6-078Keywords:
Esclerose Múltipla, epidemiologia, internações, mortalidadeAbstract
Introdução: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença autoimune crônica do sistema nervoso central, que geralmente acomete adultos jovens. É uma condição desmielinizante e neurodegenerativa, na qual autoanticorpos agem contra a bainha de mielina dos axônios neuronais, com consequente perda da função neurológica. Estima-se que a EM acomete cerca de 40 mil pessoas no Brasil e é a segunda causa de incapacidade neurológica permanente abaixo de 50 anos de idade no país. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico de pacientes com esclerose múltipla no Brasil no período de 2012 a 2022. Método: Trata-se de um estudo descritivo transversal populacional baseado na análise dos dados fornecidos publicamente pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde de pacientes diagnosticados com esclerose múltipla, entre março de 2012 a março de 2022. Foi realizado cálculo da prevalência de internações em relação às regiões brasileiras, considerando também, faixa etária, sexo e ano. Além disso, foi calculada a taxa de mortalidade por ano e região do país. Resultados: No estudo, foram notificadas 41.173 internações por Esclerose Múltipla, destas 28.580 são mulheres (69,4%) e 12.982 são homens (30,6%). A faixa etária mais frequentemente acometida é entre 35 e 39 anos, com 6.004 internações (14,6% do total). O ano que apresentou maior número de internações foi 2022, 7.296 (17,8%). Ademais, foram registrados 3.155 óbitos no período. A região Sudeste teve o maior número de mortes registradas: 1.312 (41,5%). Conclusão: Mesmo que o presente estudo tenha tido uma análise mais ampla que estudos anteriores, o perfil epidemiológico da Esclerose Múltipla se mantém ao longo dos anos; sendo o Sudeste a região mais acometida e mulheres jovens o perfil mais atingido pela doença. A mortalidade pela enfermidade ainda é significativa, dessa forma, é crucial fornecer incentivos contínuos à notificação dos casos e ao investimento em diagnósticos mais precoces.
References
COMI G, RADAELLI M, SOELBERG SORENSEN P. Evolving concepts in the treatment of relapsing multiple sclerosis. Lancet 2017;389(10076):1347–56.
FILIPPI M, BAR-OR A, PIEHL F, PREZIOSA P, SOLARI A, VUKUSIC S, ROCCA MA. Multiple sclerosis. Nat. Rev. Dis. Prim. 4, 43, 2018.
ONTANEDA D, THOMPSON AJ, FOX RJ, COHEN JA. Progressive multiple sclerosis: prospects for disease therapy, repair, and restoration of function. Lancet 2017;389(10076):1357–66.
CALAHORRA L, CAMACHO-TOLEDANO C, SERRANO-REGAL M, ORTEGA MC, CLEMENTE D. Regulatory Cells in Multiple Sclerosis: From Blood to Brain. Biomedicines, 2022, 10 (2):335. doi: 10.3390/biomedicines10020335 .
COTSAPAS, C., MITROVIC, M., & HAFLER, D. (2018). Multiple sclerosis. Handbook of clinical neurology, 148, 723–730. https://doi.org/10.1016/B978-0-444-64076-5.00046-6
NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH/NATIONAL INSTITUTE OF NEUROLOGICAL DISORDERS AND STROKE. Multiple sclerosis. Disponível em: https://www.ninds.nih.gov/health-information/disorders/multiple-sclerosis?search-term=multiple%20sclerosis. Acesso em 06/10/ 2023.
YAMOUT, B. I., & ALROUGHANI, R. (2018). Multiple Sclerosis. Seminars in neurology, 38(2), 212–225. https://doi.org/10.1055/s-0038-1649502
MENON S, ZHU F, SHIRANI A, OGER J, FREEDMAN MS, TREMLETT H. Disability progression in aggressive multiple sclerosis. Mult Scler 2017;23(3):456–63.
LUBLIN FD, REINGOLD SC, COHEN JA, CUTTER GR, SØRENSEN PS, THOMPSON AJ et al. Defining the clinical course of multiple sclerosis: the 2013 revisions. Neurology. 2014 Jul 15;83(3):278-86. https://doi.org/10.1212/WNL.0000000000000560
MUSTAČ, F., PAŠIĆ, H., MEDIĆ, F., BJEDOV, B., VUJEVIĆ, L., ALFIREVIĆ, M., VIDRIH, B., TUDOR, K. I., & BOŠNJAK PAŠIĆ, M. (2021). Anxiety and Depression as Comorbidities of Multiple Sclerosis. Psychiatria Danubina, 33(Suppl 4), 480–485
BINZER, S., JIANG, X., HILLERT, J., & MANOUCHEHRINIA, A. (2021). Depression and multiple sclerosis: A bidirectional Mendelian randomisation study. Multiple sclerosis (Houndmills, Basingstoke, England), 27(11), 1799–1802. https://doi.org/10.1177/135245852199660
DANTAS, M. N. P., SOUZA, D. L. B. DE ., SOUZA, A. M. G. DE ., AIQUOC, K. M., SOUZA, T. A. DE ., & BARBOSA, I. R.. (2021). Fatores associados ao acesso precário aos serviços de saúde no Brasil. Revista Brasileira De Epidemiologia, 24, e210004. https://doi.org/10.1590/1980-549720210004
SCHEFFER, M. et al. Demografia Médica no Brasil 2023. São Paulo, SP: FMUSP, AMB, 2023. 344 p. ISBN: 978-65-00-60986-8.
DOSHI A, CHATAWAY J. Multiple sclerosis, a treatable disease. Clin Med (Lond). 2016 Dec;16(Suppl 6):s53-s59. doi: 10.7861/clinmedicine.16-6-s53. PMID: 27956442; PMCID: PMC6329568.
MENDIBÉ BILBAU M, BOYERO DURÁN S, BÁRCENA LLONA J, RODRÍGUEZ-ANTIGÜEDAD A. Multiple sclerosis pregnancy and women’s health issues. Neurologia. 2019;34:259—269. DOI: 10.1016/j.nrleng.2016.06.014
KAMIŃSKA, J., KOPER, O. M., PIECHAL, K., & KEMONA, H. (2017). Multiple sclerosis - etiology and diagnostic potential. Postepy higieny i medycyny doswiadczalnej (Online), 71(0), 551–563. https://doi.org/10.5604/01.3001.0010.3836
THOMPSON AJ, BANWELL BL, BARKHOF F, CARROLL WM, COETZEE T, COMI G, ET AL. Diagnosis of multiple sclerosis: 2017 revisions of the McDonald criteria. Lancet Neurol 2018;17(2):162–73. doi: 10.1016/S1474-4422(17)30470-2.
BERTOTTI, AP, LENZI, MCR, PORTES, JRM. O portador de Esclerose Múltipla e suas formas de enfrentamento frente à doença. Barbaroi, Santa Cruz do Sul , n. 34, p. 101-124, jun. 2011.Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-65782011000100007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 15 ago. 2022.
CAVENAGHI VB, DOBRIANSKYJ FM, OLIVAL GSD, CARNEIRO RPCD, TILBERY CP. Characterization of the first symptoms of multiple sclerosis in a Brazilian center: cross-sectional study. Sao Paulo Med J. 2017;135(3):222-225. doi:10.1590/1516-3180.2016.0200270117
CONASEMS. Disponíveis dados do TABNET e TABWIN. 2018. Disponível em: https://www.conasems.org.br/juridico/disponiveis-dados-do-tabnet-e-tabwinn/.Acesso em: 20 agosto. 2022.
FINKELSZTEJN A et al. The prevalence of multiple sclerosis in Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil. Neuro-Psiquiatr. 72 (2), 2014.
LANA-PEIXOTO MA, FROTA, ERC, CAMPOS GB, MONTEIRO LP. On behalf of the Brazilian Committee for Treatment and Research in Multiple Sclerosis. The prevalence of multiple sclerosis in Belo Horizonte, Brazil. Arq Neuropsiquiatr 2012;70:102-107.
NEGREIROS AALV. Clinical and epidemiological profile of patients diagnosed with multiple sclerosis in João Pessoa, Paraíba, Brazil. Arq. Neuro-Psiquiatr. 73 (9), 2015.
OLIVEIRA LC. Análise espaço-temporal da mortalidade por esclerose múltipla no Brasil, Repositorio UFES, 2016.
OH J, VIDAL-JORDANA A, MONTALBAN X. Multiple sclerosis: clinical aspects. Curr Opin Neurol. 2018;31(6):752‐759. doi:10.1097/WCO.0000000000000622.
REICH DS et al. “Multiple Sclerosis.” The New England journal of medicine vol. 378,2 (2018): 169-180. doi:10.1056/NEJMra1401483.
CASSIANO DP et al. Estudo epidemiológico sobre internações por esclerose múltipla no brasil comparando sexo, faixa etária e região entre janeiro de 2008 a junho de 2019 / Epidemiological study on multiple sclerosis hospitalization in brazil comparing sex, age and region between january 2008 to june 2019. Braz. J. Hea. Rev. [Internet]. 2020 Dec. 30 [cited 2023 Oct. 11];3(6):19850-61. Available from: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/22370
OLIVEIRA G DE C et al. Cognitive and emotional aspects of patients with multiple sclerosis during illness and hospitalization process: Contributions of cognitive-behavioral therapy / Aspectos cognitivos e emocionais dos pacientes com esclerose múltipla durante a doença e o processo de hospitalização: Contribuições da terapia cognitivo-comportamental. Braz. J. Develop. [Internet]. 2021 Dec. 29 [cited 2023 Oct. 11];7(12):116093-10. Available from: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/41172