Prevalência da Cefaléia crônica nos pacientes com diagnóstico de síndrome metabólica acompanhados no Hospital Universitário Alcides Carneiro
DOI:
https://doi.org/10.34119/bjhrv6n6-039Keywords:
Cefaleia crônica, síndrome metabólica, prevalênciaAbstract
Cefaleia e síndrome metabólica (SM) são entidades clínicas muito prevalentes e constituem um problema de saúde mundial, ambas causam impacto negativo na qualidade de vida dos seus portadores. A relação entre cefaleia e SM não está totalmente esclarecida e questiona-se se a SM possa ser um fator de risco para cronificação da cefaleia. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de cefaleia crônica em pacientes com SM. 128 pacientes diagnosticados com SM, atendidos nos ambulatórios de Endocrinologia e/ou Neurologia do HUAC entre março e agosto de 2023, foram incluídos. 72 (56,3%) do gênero feminino e 56 (43,8%) do gênero masculino. A prevalência de cefaleia crônica encontrada foi de 44,5%, sendo que 37(28,9%) tinham Cefaleia do Tipo Tensional (CTT) e 20(15,6%) tinham Migrânea Crônica (MC). Não foi encontrada associação estatisticamente significante entre cefaleia crônica e a SM. A incidência de cefaleia crônica foi maior nas mulheres (F:37; M:20). Trinta e quatro (59,64%) pacientes faziam tratamento profilático para a dor há pelo menos seis meses. Dezoito (31,57%) dos pacientes com cefaleia crônica relataram insatisfação com o tratamento, a associação entre insatisfação com o tratamento e SM foi estatisticamente significante (p<0,05). A prevalência de cefaleia crônica em pacientes com SM foi alta havendo predomínio da cefaleia tensional. Estes resultados sugerem que o controle da SM poderá minimizar o risco de cronificação destas cefaleias. Outros estudos são necessários para melhor elucidar os mecanismos envolvidos nesta associação, a fim de desenvolver novas terapêuticas para estas doenças debilitantes.
References
ASHINA M. et al. Eficácia e segurança do erenumab (AMG334) em pacientes com enxaqueca crônica com falha prévia do tratamento preventivo: Uma análise de subgrupo de um estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo. Cefalalgia, 38:1611, 2018.
ADAMS, A et al. The impact of Chronic migraine: The Chronic migraine Epidemiology and outcome (CaMEO) Study methods and baseline results. Cephalalgia 35:563-782015.
BIGAL, M. et al. Chronic migraine in the population: burden, diagnosis, and satisfaction with treatment. Neurology. 71:559-66, 2008..
BIGAL, M. et al. Medicamentos para enxaqueca aguda e evolução de enxaqueca episódica para enxaqueca crônica: um estudo longitudinal de base populacional. Dor de cabeça, 48:1157, 2008
BIGAL, M and LIPTON, RB. Modifiable risk factors for migraine progression. Headache, 46:1334-43, 2006
CHARLES A. Avanços na ciência básica e clínica da enxaqueca. Ann Neurol 65:491, 2009
GOADSBY PJ. et al. Migraine--current understanding and treatment. N Engl J Med. Jan 24; 346(4):257-70, 2002. doi: 10.1056/NEJMra010917. PMID: 11807151.
GAZERANI P. Migraine and Diet. Nutrients. Jun 3;12(6):1658, 2020. doi: 10.3390/nu12061658. PMID: 32503158; PMCID: PMC7352457.
GOADSBY PJ. The migrainous brain: what you see is not all you get? PLoS Med. Oct; 3(10):e404, 2006. doi: 10.1371/journal.pmed.0030404. PMID: 17048980; PMCID: PMC1609121.
Headache Classification Committee of International Headache Society. The International Classification of Headache Disorder edition. Cephalalgia, 38:1-211, 2018.
KOWACS, P.A, et al. Prolonged migraine aura without headache arrested by sumatriptan. A case report with further considerations. Cephalalgia v.19, p.241-2, 1999
LIPSY, ROBERT J. The National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III Guidelines. Supplement to Journal of Managed Care Pharmacy, Arizona, v.9, n.1, p. 1-4, fev./2003. Disponível em: https://doi.org/10.18553/jmcp.2003.9.s1.2. Acesso em: 14 jun. 2021.
LIPTON, R. et al. Migraine prevalence, disease burden, and the need for preventive therapy. Neurology, 68:343-9, 2007.
MANACK, A. et al. Chronic migraine: epidemiology and disease Burden. Curr Pain Headache Rep;15:70-8, .2011.
NIERI, AB e BIGAL, ME. Obesidade e cronificação da migrânea: evidências e associações. Migrâneas cefaléias, 10:8-18, 2007
NEGRO A et al. Chronic migraine: comorbidities, risk factors and rehabilitation. P. Journal: Intern Emerg Med.Oct;5 suppl (1):S 13-9, 2010, PubMed ID:20865469
SCHER AI. et al. Cafeína como fator de risco para cefaleia crônica diária: um estudo de base populacional. Neurologia 2004; 63:2022, 2004.
STEWART, WF et al. Perda de tempo e custo produtivos devido a condições comuns de dor na força de trabalho dos EUA. JAMA; 290:2443, 2003.
SCHER, A. et al. Risk factors for headache chronification. Headache . 48:16-25, 2008.
SACHDEV A and MARMURA MJ. Metabolic syndrome and migraine. Front Neurol. 19;3:161, Nov 2012 doi: 10.3389/fneur.2012. PMID: 23181051
TORRES-FERRÚS M. et al. Da transformação à cronificação da enxaqueca: aspectos fisiopatológicos e clínicos. J Dor de Cabeça; 21:42, 2020.