Prevalência da Cefaléia crônica nos pacientes com diagnóstico de síndrome metabólica acompanhados no Hospital Universitário Alcides Carneiro

Authors

  • José Vitor de Araújo Pessoa
  • Marcelo Victor Ferreira Gurgel
  • Breno Lucas Bandeira de Góes
  • Lucas Miná Pinto
  • Luana Araújo Duarte
  • Maíra Valéria Ferreira Chaves
  • Pâmella Eduarda Tavares de Brito
  • Maria das Graças Loureiro das Chagas Campêlo

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv6n6-039

Keywords:

Cefaleia crônica, síndrome metabólica, prevalência

Abstract

Cefaleia e síndrome metabólica (SM) são entidades clínicas muito prevalentes e constituem um problema de saúde mundial,  ambas causam impacto negativo na qualidade de vida dos seus portadores. A relação entre cefaleia e SM não está totalmente esclarecida e questiona-se se a SM possa ser um fator de risco para cronificação da cefaleia. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de cefaleia crônica em pacientes com SM. 128 pacientes  diagnosticados com SM, atendidos nos ambulatórios de Endocrinologia e/ou Neurologia do HUAC entre março e agosto de 2023, foram incluídos. 72 (56,3%) do gênero feminino e 56 (43,8%) do gênero masculino. A prevalência de cefaleia crônica encontrada foi de 44,5%, sendo que 37(28,9%) tinham Cefaleia do Tipo Tensional (CTT) e 20(15,6%) tinham Migrânea Crônica (MC). Não foi encontrada associação estatisticamente significante entre cefaleia crônica e a SM. A incidência de cefaleia crônica foi maior nas mulheres (F:37; M:20). Trinta e quatro (59,64%) pacientes  faziam tratamento profilático para a dor há pelo menos seis meses. Dezoito (31,57%) dos pacientes com cefaleia crônica  relataram insatisfação com o tratamento,  a associação entre insatisfação com o tratamento e SM foi  estatisticamente significante (p<0,05). A prevalência de cefaleia crônica em pacientes com SM foi alta havendo predomínio da cefaleia tensional. Estes resultados sugerem que o controle da SM poderá minimizar o risco de cronificação destas cefaleias. Outros estudos são necessários para melhor elucidar os mecanismos envolvidos nesta associação, a fim de desenvolver novas terapêuticas para estas doenças debilitantes.

References

ASHINA M. et al. Eficácia e segurança do erenumab (AMG334) em pacientes com enxaqueca crônica com falha prévia do tratamento preventivo: Uma análise de subgrupo de um estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo. Cefalalgia, 38:1611, 2018.

ADAMS, A et al. The impact of Chronic migraine: The Chronic migraine Epidemiology and outcome (CaMEO) Study methods and baseline results. Cephalalgia 35:563-782015.

BIGAL, M. et al. Chronic migraine in the population: burden, diagnosis, and satisfaction with treatment. Neurology. 71:559-66, 2008..

BIGAL, M. et al. Medicamentos para enxaqueca aguda e evolução de enxaqueca episódica para enxaqueca crônica: um estudo longitudinal de base populacional. Dor de cabeça, 48:1157, 2008

BIGAL, M and LIPTON, RB. Modifiable risk factors for migraine progression. Headache, 46:1334-43, 2006

CHARLES A. Avanços na ciência básica e clínica da enxaqueca. Ann Neurol 65:491, 2009

GOADSBY PJ. et al. Migraine--current understanding and treatment. N Engl J Med. Jan 24; 346(4):257-70, 2002. doi: 10.1056/NEJMra010917. PMID: 11807151.

GAZERANI P. Migraine and Diet. Nutrients. Jun 3;12(6):1658, 2020. doi: 10.3390/nu12061658. PMID: 32503158; PMCID: PMC7352457.

GOADSBY PJ. The migrainous brain: what you see is not all you get? PLoS Med. Oct; 3(10):e404, 2006. doi: 10.1371/journal.pmed.0030404. PMID: 17048980; PMCID: PMC1609121.

Headache Classification Committee of International Headache Society. The International Classification of Headache Disorder edition. Cephalalgia, 38:1-211, 2018.

KOWACS, P.A, et al. Prolonged migraine aura without headache arrested by sumatriptan. A case report with further considerations. Cephalalgia v.19, p.241-2, 1999

LIPSY, ROBERT J. The National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III Guidelines. Supplement to Journal of Managed Care Pharmacy, Arizona, v.9, n.1, p. 1-4, fev./2003. Disponível em: https://doi.org/10.18553/jmcp.2003.9.s1.2. Acesso em: 14 jun. 2021.

LIPTON, R. et al. Migraine prevalence, disease burden, and the need for preventive therapy. Neurology, 68:343-9, 2007.

MANACK, A. et al. Chronic migraine: epidemiology and disease Burden. Curr Pain Headache Rep;15:70-8, .2011.

NIERI, AB e BIGAL, ME. Obesidade e cronificação da migrânea: evidências e associações. Migrâneas cefaléias, 10:8-18, 2007

NEGRO A et al. Chronic migraine: comorbidities, risk factors and rehabilitation. P. Journal: Intern Emerg Med.Oct;5 suppl (1):S 13-9, 2010, PubMed ID:20865469

SCHER AI. et al. Cafeína como fator de risco para cefaleia crônica diária: um estudo de base populacional. Neurologia 2004; 63:2022, 2004.

STEWART, WF et al. Perda de tempo e custo produtivos devido a condições comuns de dor na força de trabalho dos EUA. JAMA; 290:2443, 2003.

SCHER, A. et al. Risk factors for headache chronification. Headache . 48:16-25, 2008.

SACHDEV A and MARMURA MJ. Metabolic syndrome and migraine. Front Neurol. 19;3:161, Nov 2012 doi: 10.3389/fneur.2012. PMID: 23181051

TORRES-FERRÚS M. et al. Da transformação à cronificação da enxaqueca: aspectos fisiopatológicos e clínicos. J Dor de Cabeça; 21:42, 2020.

Published

2023-11-07

How to Cite

Pessoa, J. V. de A., Gurgel, M. V. F., de Góes, B. L. B., Pinto, L. M., Duarte, L. A., Chaves, M. V. F., de Brito, P. E. T., & Campêlo, M. das G. L. das C. (2023). Prevalência da Cefaléia crônica nos pacientes com diagnóstico de síndrome metabólica acompanhados no Hospital Universitário Alcides Carneiro. Brazilian Journal of Health Review, 6(6), 27043–27055. https://doi.org/10.34119/bjhrv6n6-039

Issue

Section

Original Papers