Avaliação de indicadores de prescrição e conhecimento dos usuários sobre medicamentos prescritos em duas unidades de saúde de Pelotas-RS / Evaluation of prescription indicators and users’ knowledge about prescribed drugs in two basic health units of Pelotas city – RS

Authors

  • Marília Cruz Guttier
  • Marysabel Pinto Telis Silveira
  • Diego da Silva Gouvea
  • Allana Strelow Fonseca
  • Giana de Paula Cognato
  • Juliane Fernandes Monks da Silva

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv2n6-069

Keywords:

Cooperação e Adesão ao Tratamento, Conhecimento do paciente sobre a medicação. Educação em saúde. Prescrições de medicamentos, Assistência farmacêutica

Abstract

Introdução: o presente estudo objetiva descrever os resultados da avaliação indicadores de prescrição recomendados pela Organização Mundial da Saúde realizada em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Pelotas – RS e avaliação do conhecimento dos usuários sobre a prescrição. Métodos: Estudo transversal, com 610 entrevistas, entre junho de 2016 a maio de 2017. Foi aplicado questionário contendo perguntas sobre nome, dosagem, posologia, duração do tratamento e motivo de uso, para cada medicamento para usuários com prescrição. Considerou-se conhecimento total saber todos os pontos; parcial, não saber algum dos pontos e sem conhecimento, não saber nenhum dos pontos. Resultados: A maioria dos entrevistados era de cor de pele branca, sexo feminino, de 18 a 59 anos, escolaridade de 5 a 8 anos e renda familiar de um salário mínimo. No total, 445 (73%) usuários receberam prescrição. Na UBS 1, 40,7% foram classificados com conhecimento total, 58,3% parcial e 1,0% sem conhecimento, já na UBS 2, 50,4% total, 48,7% parcial e 0,9% sem conhecimento sobre a prescrição.  Foram prescritos 1083 medicamentos, variando de 1 a 9 (média = 1,8). O percentual de medicamentos prescritos pelo nome genérico foi de 78,3%, de antibióticos 9,8% e de injetáveis 2,5%. Presentes na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais 72,2% deles. Conclusão: Este estudo permitiu conhecer a realidade da assistência farmacêutica em parte do município, assim como o conhecimento dos usuários sobre os medicamentos prescritos. Estudo mais amplo, abrangendo maior número de UBSs nos permitiria conhecer mais profundamente a realidade local assim como observar se há diferenças de acordo com a região.

References

BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE; CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução, CNS nº 338, de 06 de maio de 2004. Política de Assistência Farmacêutica. Diário Oficial da União 2004.

ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD. Cómo desarrollar y aplicar una política farmacéutica nacional: OMS Ginebra, Suiza 2002a.

BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria GM Nº 3.916, de 30 de outubro de 1998. Portaria de aprovação da Política Nacional de Medicamento. Diário Oficial da União.: 1998.

MARIN, N. Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2003.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. The rational use of drugs: report of the Conference of Experts. 1987. Geneva: World Health Organization, 2014.

SOARES, JCRDS; DEPRÁ, A. S. Ligações perigosas: indústria farmacêutica, associações de pacientes e as batalhas judiciais por acesso a medicamentos. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 22, p. 311-329, 2012. ISSN 0103-7331.

ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD. Promoción del uso racional de medicamentos: componentes centrales. Perspectivas políticas sobre medicamentos de la OMS, v. 5, 2002b.

FARIAS, A. D. et al. Indicadores de prescrição médica nas unidades básicas de Saúde da Família no município de Campina Grande, PB. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 10, p. 149-156, 2007. ISSN 1415-790X.

MAO, A. Y. Y. Cuidado farmacológico para idosos em polimedicação da EFS Mato Grosso. 2017.

BRASIL.; ESTATÍSTICA., I. B. D. G. E. Censo demográfico 2011. 2011. Disponível em: < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/pelotas/panorama >.

PELOTAS., P. M. D. Rede Bem Cuidar. Disponível em <http://www.pelotas.rs.gov.br/saude/rede-bem-cuidar>. Acesso em 20 de março de 2018., 2018. Disponível em: < http://www.pelotas.rs.gov.br/saude/rede-bem-cuidar >.

BRASIL.; ANVISA. Resolução RDC nº 20 de 5 de maio de 2011. Dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Brasília: Diário Oficial da União: 9 de maio. 2011. p. 39-41 p. 2011.

BRASIL.; SANITÁRIA., S. D. V. Portaria n. 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o Regulamento Técnico sobre Substâncias e Medicamentos Sujeitos a Controle Especial. 1998.

BRASIL.; SAÚDE., M. D. Portaria Interministerial n° 421, de 03 de março de 2010. Institui o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET Saúde) e dá outras providências. Brasília 2010.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Como investigar el uso de medicamentos en los servicios de salud: indicadores seleccionados del uso de medicamentos. Ginebra: Organizacíon Mundial de la Salud., 1993.

BRASIL, M. D. S. Portaria GM nº 1101 de 12 de junho de 2002. Estabelece os parâmetros de cobertura assistencial no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Diário Oficial da União, 2002.

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Ata número 41 de 15 de setembro de 1999 Brasília (DF): Diário Oficial da União: 28 set 1999. Seção 2. p. 203-30. p. 1999.

BRASIL.; SAÚDE., M. D.; SECRETARIA DE CIÊNCIA, T. E. I. E. Planejar é preciso: uma proposta de método para aplicação á assistência farmacêutica. Brasília. 2006.

COLOMBO, D. et al. Padrão de prescrição de medicamentos nas unidades de programa de saúde da família de Blumenau. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 40, n. 4, p. 549-558, 2004. ISSN 1809-4562.

BITTENCOURTI, R. A. et al. Avaliação da Assistência Farmacêutica em um município no Sul do Brasil. REV BRAS EPIDEMIOL, v. 20, n. 2, p. 310-323, 2017.

ORGANIZATION., P. A. H. Rapid Pharmaceutical Management Assessment: An Indicator-Based Approach.

HOGERZEIL, H. V. et al. Field tests for rational drug use in twelve developing countries. The Lancet, v. 342, n. 8884, p. 1408-1410, 1993. ISSN 0140-6736.

SANTOS, V.; NITRINIB, S. M. O. O. Indicadores do uso de medicamentos prescritos e de assistência ao paciente de serviços de saúde. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 6, p. 819-26, 2004. Disponível em: < http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102004000600010&lng=en&nrm=iso&tlng=en >.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR), S. D. C., TECNOLOGIA E INSUMOS ESTRATÉGICOS, DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E INSUMOS ESTRATÉGICOS. Serviços farmacêuticos na atenção básica à saúde: Cuidado Farmacêutico na Atenção Básica; caderno 1. Brasilia (DF) 2014.

OENNING, D.; OLIVEIRA, B. V. D.; BLATT, C. R. Conhecimento dos pacientes sobre os medicamentos prescritos após consulta médica e dispensação. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, p. 3277-3283, 2011. ISSN 1413-8123.

SAÚDE, O. P.-A. D. Avaliação da Assistência Farmacêutica no Brasil: estrutura, processo e resultados. Série Medicamentos e outros insumos essenciais para a saúde, 2005.

BRASIL. Lei Federal nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Altera a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária estabelece o medicamento genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências. Diário Oficial da União, 1999. 1-2 Disponível em: < http://www.anvisa.gov.br/legis/consolidada/lei_9787_99.htm >.

COSTA, A. et al. Uso Racional de Medicamentos–temas selecionados. Brasília: Editora MS, p. 38, 2012.

MARCONDES, N. S. P. A assistência farmacêutica básica e o uso de medicamentos na zona urbana do município de Ponta Grosssa, Paraná: estudo de caso. 2002.

NAVES, J. O. S.; SILVER, L. D. Evaluation of pharmaceutical assistance in public primary care in Brasília, Brazil. Revista de Saúde Pública, v. 39, n. 2, p. 223-230, 2005. ISSN 0034-8910.

CRUZETA, A. P. S. et al. Fatores associados à compreensão da prescrição médica no Sistema Único de Saúde de um município do Sul do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 3731-3737, 2013. ISSN 1413-8123.

GOMES, R. et al. Os homens não vêm! Ausência e/ou invisibilidade masculina na atenção primária. Ciência & saúde coletiva, v. 16, p. 983-992, 2011. ISSN 1413-8123.

COUTO, M. T. et al. O homem na atenção primária à saúde: discutindo (in) visibilidade a partir da perspectiva de gênero. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 14, p. 257-270, 2010. ISSN 1414-3283.

KNAUTH, D. R.; COUTO, M. T.; FIGUEIREDO, W. D. S. A visão dos profissionais sobre a presença e as demandas dos homens nos serviços de saúde: perspectivas para a análise da implantação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, p. 2617-2626, 2012. ISSN 1413-8123.

DE OLIVEIRA, R. E. M. et al. Uso de medicamentos por homens de uma unidade de saúde da família. Ciência & Saúde, v. 9, n. 2, p. 63-69, 2016. ISSN 1983-652X.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Guia para a boa prescrição médica. Artmed, 1998. ISBN 9788573073690.

BAOS, V. V. La calidad en la prescripción de medicamentos. Información Terapéutica del Sistema Nacional de Salud, v. 23, n. 2, p. 45-54, 1999. Disponível em: < https://www.mscbs.gob.es/biblioPublic/publicaciones/docs/prescripcion.pdf >.

FREITAS, J.; NOBRE, A. C. L. Avaliação da assistência farmacêutica do município de Mombaça-CE. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, v. 2, n. 1, p. 15-20, 2011.

DA CUNHA, M. C. N.; ZORZATTO, J. R.; DE CASTRO, L. L. C. Avaliação do uso de medicamentos na Rede Pública Municipal de Saúde de Campo Grande/MS. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 38, n. 2, p. 215-227, 2002. ISSN 1809-4562.

PORTELA, A. D. S. et al. Indicadores de prescrição e de cuidado ao paciente na atenção básica do município de Esperança, Paraíba, 2007. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 21, n. 2, p. 341-350, 2012. ISSN 1679-4974.

IRVING, G. et al. International variations in primary care physician consultation time: a systematic review of 67 countries. BMJ open, v. 7, n. 10, p. e017902, 2017. ISSN 2044-6055.

VIOLA, D. C. M. et al. Unidades avançadas: medidas de qualidade no atendimento de urgência e emergência. Einstein (São Paulo), v. 12, n. 4, p. 492-498, 2014. ISSN 1679-4508.

DE CARVALHO, T. P. et al. Conhecimento dos pacientes sobre a prescrição medicamentosa no serviço de emergência. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 71, n. 2, 2018. ISSN 0034-7167.

FRÖHLICH, S. E.; DAL PIZZOL, T. D. S.; MENGUE, S. S. Instrumento para avaliação do nível de conhecimento da prescrição na atenção primária. Revista de Saúde Pública, v. 44, p. 1046-1054, 2010. ISSN 0034-8910.

MOURA, J. D. C. Interações e comunicação entre médicos e pacientes na atenção primária à saúde: um estudo hermenêutico. 2012. Universidade de São Paulo.

Published

2019-12-09

How to Cite

GUTTIER, M. C.; SILVEIRA, M. P. T.; GOUVEA, D. da S.; FONSECA, A. S.; COGNATO, G. de P.; SILVA, J. F. M. da. Avaliação de indicadores de prescrição e conhecimento dos usuários sobre medicamentos prescritos em duas unidades de saúde de Pelotas-RS / Evaluation of prescription indicators and users’ knowledge about prescribed drugs in two basic health units of Pelotas city – RS. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 2, n. 6, p. 5741–5760, 2019. DOI: 10.34119/bjhrv2n6-069. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/5270. Acesso em: 28 apr. 2024.

Issue

Section

Original Papers