Óbitos por sepse neonatal no Estado de Alagoas no período de 2010-2019: um estudo epidemiológico / Death from neonatal sepsis in the State of Alagoas in the period of 2010-2019: an epidemiological study

Authors

  • Larissa Paiva da Cruz
  • Isabelle do Nascimento Alves
  • Janaína da Silva Nogueira
  • Laércio Pol-Fachin

DOI:

https://doi.org/10.34119/bjhrv5n2-291

Keywords:

sepse neonatal, prematuridade, mortalidade infantil.

Abstract

Introdução: A sepse neonatal é uma grave infecção em corrente sanguínea e/ou líquor que cursa com comprometimento hemodinâmico e outros sinais clínicos inespecíficos, ocorrendo em indivíduos de até 28 dias de vida, sendo considerada uma das principais causas de morbimortalidade nesse período. Levando em consideração o tempo de surgimento, pode ser classificada como precoce ou tardia, apresentando flora contaminante e origem da infecção inerente a cada tipo. No Brasil, os óbitos neonatais precoces e tardios têm a sepse neonatal como quinta causa mais importante representando respectivamente 9% e 31% das causas de morte nessa população. Objetivo: caracterizar o perfil epidemiológico dos recém-nascidos que evoluíram para óbito, por sepse neonatal, no estado de Alagoas, nos anos de 2010 a 2019.  Metodologia: estudo epidemiológico, exploratório, descritivo, retrospectivo realizado através de dados secundários coletados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, disponíveis no DATASUS. A pesquisa foi realizada analisando-se óbitos por sepse neonatal que ocorreram no período de 2010 a 2019, com recém-nascidos entre zero e 27 dias após o nascimento, residentes em Alagoas. Foram utilizadas as categorias da Classificação Internacional de Doenças: A40 (Septicemia estreptocócica), A41 (Outras septicemias) e P36 (Septicemia bacteriana do recém-nascido). As variáveis da pesquisa foram separadas e classificadas em três tipos: variáveis relacionadas aos dados neonatais e aos óbitos, variáveis relacionadas à gestação e ao parto e variáveis maternas. Para tabulação e análise descritiva dos dados utilizou-se o Software Microsoft Excel® 2019. Resultados e discussão: O Estado de Alagoas ocupa a segunda posição entre todas as Unidades Federativas, sendo assim, detentor da maior taxa de mortalidade por sepse neonatal da região Nordeste. O coeficiente de mortalidade foi de 1,64 óbitos por cada 1000 nascidos vivos. Existe uma predominância nas mortes que ocorrem no período neonatal precoce, em neonatos prematuros, do sexo masculino, pardos e com baixo peso ao nascer. Conclusão: Discutir a mortalidade infantil de determinada região, além de trazer um panorama epidemiológico do local, incide também em reflexões acerca das condições de saúde, de desenvolvimento socioeconômico e de condições de vida de uma população.

 

References

World Health Organization. Neonatal and Perinatal Mortality: Country, Regional and Global Estimates. Geneva, Switzerland: WHO; 2006.

Diniz, LMO. Figueiredo, BCG. O sistema imunológico do recém-nascido. Revista Médica de Minas Gerais. v.24, n.2, p.233-240. 2014.

Ygberg S., Nilsson A. O desenvolvimento do sistema imunológico - do feto à criança. Acta Paediatr. 2012; 101: 120–127.

Pinto, MIM, Souza FS, Aranda CS.Immune system: development and acquisition of immunological competence. J. Pediatr. (Rio J.) 97 (suppl 1), Mar-Apr 2021,

Singh M, Alsaleem M, Gray CP. Sepse neonatal. (Atualizado em 10 de outubro de 2021). In: StatPearls (Internet). Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan.

Shane AL, Sánchez PJ, Stoll BJ. Sepse neonatal. Lancet (Londres, Inglaterra). 2017; 390 (10104): 1770–1780.

Seale AC, Blencowe H, Manu AA, Nair H, Bahl R, Qazi SA, et al .. Estimativas de possível infecção bacteriana grave em neonatos na África Subsaariana, Sul da Ásia e América Latina para 2012: uma revisão sistemática e metanálise. Lancet Infect Dis. 2014; 14: 731–41.

Stoll BJ, Hansen NI, Sanchez PJ, Faix RG, Poindexter BB, Van Meurs KP, et al. Sepse neonatal precoce: o fardo da doença por estreptococos e E. coli do grupo B continua. Pediatria. (2011) 127: 817–26.

Rodriguez BF, Mascaraque LR, Fraile LR, Perez IC, Kuder K. Streptococcus pneumoniae: o microorganismo esquecido na sepse neonatal. Fetal Pediatr Pathol. 2015; 34: 202205.

Greenberg RG, Kandefer S, Do BT, Smith PB, Stoll BJ, Bell EF, et al. Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development Neonatal Research Network. Late-onset Sepsis in Extremely Premature Infants: 2000-2011. Pediatr Infect Dis J. 2017 Aug;36(8):774-779.

Rugolo LM, Bentlin MR, Mussi-Pinhata M, de Almeida MF, Lopes JM, Marba ST, et al. Late-Onset Sepsis in very Low Birth Weight Infants: A Brazilian Neonatal Research Network Study. J Trop Pediatr. 2014; 60:415-21.

Pérez RO, Lona JC, Quiles M, Verdugo MA, Ascencio EP, Benítez EA. Sepse neonatal temprana, incidência e fatores de riesgo asociados em um hospital público do ocidente do México. Rev Chil Infectol (Internet). 2015 Ago (citado 17 Abr 2016); 32 (4): 387-92.

Bohanon FJ, Nunez Lopez O, Adhikari D, Mehta HB, Rojas-Khalil Y, Bowen-Jallow KA, Radhakrishnan RS. Race, Income and Insurance Status Affect Neonatal Sepsis Mortality and Healthcare Resource Utilization. Pediatr Infect Dis J. 2018 Jul;37(7):e178-e184.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Saúde Brasil 2018 uma análise de situação de saúde e das doenças e agravos crônicos: desafios e perspectivas. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 424 p.: il.

Procianoy RS, Silveira RC. The challenges of neonatal sepsis management. J Pediatr (Rio J). 2020 Mar-Apr;96 Suppl 1:80-86. doi: 10.1016/j.jped.2019.10.004. Epub 2019 Nov 17.

Fleischmann-Struzek C, Goldfarb DM, Schlattmann P, Schlapbach LJ, Reinhart K, Kissoon N. The global burden of paediatric and neonatal sepsis: a systematic review.

Lancet Respir Med. 2018;6(3):223.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. Brasil: IBGE; 2010.

Rudd KE, Johnson SC, Agesa KM, Shackelford KA, Tsoi D, Kievlan DR, et al.. Global, regional, and national sepsis incidence and mortality, 1990-2017: analysis for the Global Burden of Disease Study. Lancet. 2020 Jan 18;395(10219):200-211.

Aguiar KVC, Souza GKO, Rabelo MF, Carvalho JJ, Sampaio TF, Saba JMB, et. al. Aspectos epidemiológicos dos óbitos por sepse neonatal no Estado da Bahia. Revista Eletrônica Acervo Saúde. 2021 jun. Vol.13(6).

Morais AV, Pereira AM. Mortalidade neonatal precoce em um hospital terciário do nordeste brasileiro. Rev Soc Bras Enferm Ped. 2019;19(2):89-96.

Edwards MS. Clinical features, evaluation, and diagnosis of sepsis in term and late preterm infants. In: UpToDate, Kaplan SL, Garcia-Prats JA, Armsby C, (Ed), UpToDate, Waltham, MA.

Oliveira SG, Spaziani AO, Frota RS, Jacomini RP, Boschi L, Escher RSS, et. al. Septicemia bacteriana do recém-nascido no Brasil nos anos de 2013 a 2017. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 1404-1421 mar/abr. 2020.

Mandy GT. (2021). Incidence and mortality of the preterm infant. In: UoToDate, Weisman LE, Wilkie L, (Ed), UpToDate.

Garfinkle J, Yoon EW, Alvaro R, et al. Trends in sex-specific differences in outcomes in extreme preterms: progress or natural barriers? Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2020; 105:158.

Dhaded, S.M., Somannavar, M.S., Vernekar, S.S. et al. Neonatal mortality and coverage of essential newborn interventions 2010 - 2013: a prospective, population-based study from low-middle income countries. Reprod Health 12, S6 (2015).

Nascimento RM, Leite AJ, Almeida NM, Almeida PC, Silva CF (2012) Determinants of neonatal mortality: a case-control study in Fortaleza, Ceará State, Brazil. Cad Saude Publica 28(3):559–72.

Mekonnen Y, Tensou B, Telake SD, Degefie T, Bekele AA (2013) Neonatal mortality in Ethiopia: trends and determinants. BMC Public Health 13:483.

Moura PMSS, Maestá I, Rugolo LMSS, Angulski LFRB, Caldeira AP, Peraçoli JC, et al. (2014) Risk factors for perinatal death in two different levels of care: a case–control study Reproductive Health 11(11).

WHO, March of Dimes, PMNCH, Save the Children Born Too Soon: The Global Action Report on Preterm Birth. Eds CP Howson, MV Kinney, JE Lawn. World Health Organization. Geneva, 2012.

Mandy GT. Short-term complications of the preterm infant. In: UpToDate, Martin R, Kim MS, (Ed), UpToDate, Waltham, MA. (Acessado em 04 de dezembro, 2021).

Humberg, A., Fortmann, I., Siller, B. et al. Parto prematuro e inflamação sustentada: consequências para o neonato. Semin Immunopathol 42, 451-468 (2020).

Gomes AO. Sepse neonatal precoce: incidência e fatores relacionados à assistência na Atenção Primária à Saúde. Porto Velho, RO. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde da Família) – Fundação Universidade Federal de Rondônia; 2021.

Lima S, Carvalho ML, Vasconcelos AGG. Proposta de modelo hierarquizado aplicado à investigação de fatores de risco de óbito infantil neonatal. Cad Saude Publica 2008; (8):1910-1916.

Geib LTC, Fréu CM, Brandão M, Nunes ML. Determinantes sociais e biológicos da mortalidade infantil em coorte de base populacional em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Cien Saude Colet 2010; 15(2):363-370.

Lima SS, Braga MC, Vanderlei LCM, Luna CF, Frias PG, Avaliação do impacto de programas de assistência pré-natal, parto e ao recém-nascido nas mortes neonatais evitáveis em Pernambuco, Brasil: estudo de adequação. Cadernos de Saúde Pública, v. 36, n. 2, fev., 2020.

Published

2022-04-22

How to Cite

CRUZ, L. P. da; ALVES, I. do N.; NOGUEIRA, J. da S.; POL-FACHIN, L. Óbitos por sepse neonatal no Estado de Alagoas no período de 2010-2019: um estudo epidemiológico / Death from neonatal sepsis in the State of Alagoas in the period of 2010-2019: an epidemiological study. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 5, n. 2, p. 7311–7326, 2022. DOI: 10.34119/bjhrv5n2-291. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/46886. Acesso em: 20 may. 2024.

Issue

Section

Original Papers