Hanseníane na infância/Leprosy in the childhood
DOI:
https://doi.org/10.34119/bjhrv3n5-035Keywords:
Hanseníase, Relato de Caso, Dermatologia, Infectologia, Pediatria.Abstract
Introdução: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pelo agente etiológico Mycobacterium leprae. Sua transmissão é por contato direto com o paciente infectado, por meio de secreções vindas das vias áreas ou contato com soluções de continuidade originadas pela patologia. As manifestações patológicas são decorrentes de uma resposta humoral ineficiente e a incapacidade dos macrófagos lisarem o M. leprae. Segundo a classificação de Madrid, existem quatro apresentações da hanseníase: indeterminada, tuberculoide, virchowiana e dimorfa. Além disso, é uma doença de notificação compulsória; é de difícil diagnostico em crianças, pois os sinais característicos não são facilmente reconhecidos e os testes neurodermatológicos estão prejudicados. Objetivos: Os autores relatam caso de hanseníase na infância destacando a importância do diagnóstico precoce. Relato de caso: Masculino, 8 anos, natural e residente em Belém, estudante, com queixa de manchas avermelhadas no rosto há seis meses. Já havia realizado tratamento com antifúngicos e corticoide tópico sem melhora clínica. Havia história familiar de hanseníase tratada há mais de dez anos. Ao exame dermatológico observaram-se placas eritemato-infiltradas, de limites imprecisos, contornos irregulares localizados na região frontal, malar direita e esquerda e no tronco. Apresentava também espessamento bilateral e simétrico de nervo ulnar. A baciloscopia foi positiva e o histopatológico foi compatível com hanseníase, forma dimorfa-tuberculóide. Foi encaminhado para tratamento PQT-MB. Conclusão: A hanseníase compromete preferencialmente adultos, sendo menos prevalente em crianças, principalmente em menores de 3 anos. A ocorrência da hanseníase na faixa etária infantil reflete a situação epidemiológica da doença, especialmente no que tange o diagnóstico tardio e a dificuldade no controle dos casos. Entre as formas clínicas da doença, a forma tuberculoide tende a ser a mais prevalente em crianças e o tratamento é semelhante ao do adulto com as doses sendo adequadas ao peso e a idade.
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